3/6/2004

Uma poesia... para acalmar

a a É preciso não esquecer nada

a É preciso não esquecer nada:
a Nem a torneira aberta, nem o fogão aceso,
a Nem o sorriso para os infelizes,
a Nem a oração de cada instante.

a É preciso não esquecer de ver a nova borboleta,
a Nem o céu de sempre.

a O que é preciso esquecer é o nosso rosto,
a O nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

a O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a A idéia de recompensa e de glória.

a O que é preciso é ser como se já não fôssemos
a Vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
a pois o resto não nos pertence.

a Cecília Meirelles

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